Rir dos outros ou de si mesmo?


O terceiro filme da série Austin Powers é um apanhado geral de tudo o que já foi feito nos dois filmes anteriores, de modo que quase nada venha a acrescentar para o sucesso do espião mais cômico do mundo.

As piadas seguem a mesma tônica daquilo que já se fez e que, em Agente Nada Discreto e Agente ‘Bond’ Cama era inovador. Mas dá para dar risada com gags como nomes de personagens– Kika Cette, Mi Koma -, paródia de outros filmes e o chafariz.

Austin Powers tem que recuperar seu pai, que foi seqüestrado por Dr. Evil – o qual está aliado a Mimi-Mim e a Goldmember. Powers deve capturar seus inimigos antes que eles “dominem o mundo”.

O pai ausente de Austin, interpretado por Dustin Hoffman, é uma boa sacada para parodiar Indiana Jones. O conflito pai-filho e revelações sobre esse relacionamento são característicos em muitas outras produções. A idéia é bem aproveitada no contexto da comédia para a qual Hoffman demonstra, mais uma vez, ser talentoso. Ele demonstra o timing cômico exato, a elegância e charme típicos do pai de Austin Powers.

Outra decisão acertada é mostrar os personagens quando crianças, apesar de a brincadeira com flashbacks tirar o ritmo que a narrativa assume no decorrer do filme.

O ruim da fita é a repetição das piadas já vistas – com exceção talvez da brincadeira com as legendas quando os personagens falam em japonês -, incluindo piadas escatológicas, nojentas e desnecessárias.

Trata-se de um filme fraco, mas que não apaga o sucesso original de Austin Powers, o agente secreto que ainda desperta simpatia.

Myers está produzindo o quarto filme da série. Só espero que seja melhor do que O Homem do Membro de Ouro.

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