A gênese do Jornalismo













O professor português Jorge Pedro Souza (Universidade Fernando Pessoa e Centro de Investigação, Media e Jornalismo) esteve na UFSC no início do mês para ministrar uma oficina sobre História do Jornalismo.

***

A transmissão de informações é uma de sobrevivênvia, uma vez que a troca de informações foi vital à evolução do ser humano. Há três vertentes acerca do fenômeno jornalístico:

1) Existe desde a antiguidade porque desde ali existem dispositivos e meios para a troca regular e organizada de informações.

2) É uma invenção da Modernidade, estando ligado à aparição da tipografia e ao surgimento, expansão e aquisição de periodicidade da impensa na Europa, embora tenha como antecedente imediato as folhas noticiosas volantes, manuscritos e impressos que surgiram entre a Baixa Idade Média e o Renascimento. As condições técnicas são vistas, aqui, como essenciais para o surgimento de Jornalismo.

3) Nasce no século XIX devido ao aparecimento de dispositivos técnicos (impressoras e rotativas), que permitiram a massificação do jornais, além da invenção de dispostivos auxiliares que facilitavam a transmissão de informação à distância (telégrafo e cabos submarinos) e máquinas fotográficas. Assim, criam-se as agências noticiosas internacionais.

São três posições que não se excluem. Jorge Pedro Souza, no entanto, defende a tese da origem sócio-cultuiral do jornalismo, afirmando que sua gênese provém da Antiguidade. É assim que ele explica que ao longo dos tempos, fixam-se as formas de transmitir notícias contando história, que se iniciam nos contributos da retórica clássica greco-romana: quem, quando, como, o que, onde, porquê.

Outra contribuição ao jornalismo vem da literatura clássica, no jeito de contar a história antecipando o final, hierarquizando informações. Daí o que conhecemos como lead, o primeiro parágrafo da notícia.

Entre outras contribuições, temos a narrativa cronológica, a historiografia, intenções de verdade (tipo de relato que se vincula aquele que aconteceu, factualidade e explicações humanas para ações humanas), as efemérides (registros de acontecimentos relevantes difundidos por toda a Grécia), as crônicas e registros históricos e geográficos, os relatos de viagem.

Tentando responder a pergunta "Por que as notícias são como são?", o professor conta que desde a Antiguidade que se contam novidades ao público. A informação estaria ligada à sobrevivência no que diz respeito à preservação da memória e cultura, que originou relatos geográficos e historiográficos, orais e escritos, que se dividiam em duas partes: os míticos e os não míticos. Estes, por sua vez, geraram a forma das notícias.

Nenhum comentário: